Recebi uma carta de rompimento.
E não soube respondê-la.
Era como se ela não me fosse destinada.
Ela terminava com as seguintes palavras: "Cuide de você".
Levei essa recomendação ao pé da letra.
Convidei 107 mulheres, escolhidas de acordo com a profissão,
para interpretar a carta do ponto de vista profissional.
Analisá-la, comentá-lam dançá-la, cantá-la. Esgotá-la.
Entendê-la em meu lugar. Responder por mim.
Era uma maneira de ganhar tempo antes de romper.
Uma maneira de cuidar de mim.
SOPHIE CALLE
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Quem nunca levou um pé na bunda? Acho difícil uma pessoa que não esteve nessa terrível e dolorida situação.
Mexe com o ego, a altoestíma, como assim não me querer mais? Mas com o tempo a dor ameniza, passa, e isso todos sabemos, a questão é como lidar com ela enquanto ela ainda está dentro do peito.
Nessas horas a senssibilidade dos artistas é inquestionavelmente superior as nossas, simples mortais. Dirá Sophie Calle.
A exposição da artista francesa, que fica no Sesc Pompéia até 7 de setembro e que teve sua primeira exposição na última Bienal de Veneza, é a resposta dela para um fora que tomou, via email, de um ex-namorado, o escritor Grégoire Bouillier.
Como forma de superar a dor Sophie convidou 107 mulheres, de diferentes profissões, para interpretarem a carta de acordo com suas atividades, como uma cartomante, uma escritora, uma juíza, uma bailarina...simplesmente genial!
E pensar que a primera vez que eles se encontraram depois de tudo isso foi na Flip, e eu estava presente na mesa, é uma coisa muito engraçada, parece que agora faço parte da história. Eita confusão do que é público e do que privado.
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Sopihie Calle é genial! (Depois tenho uma história ótima pra contar sobre, álias...)
ResponderExcluirUma das melhores era a jurista (ou advogada, ou algo do tipo), que falava que aquilo nada mais passava do que o rompimento de um contrato. E a atiradora também foi uma ótima sacada!