sábado, 4 de julho de 2009

O Chico parou a Flip!

A mesa mais esperada da sétima edição da Flip, Feira Literária Internacional de Paraty, aconteceu ontem as 19 horas, mas o frison provocado pela presença de Chico Buarque no evento agitou o dia de todas as pessoas que esperavam para vê-lo.
Ao andar pelo pelo Centro Histórico da cidade, os ouvidos mais atentos percebiam que o assunto era apenas Chico. Tanto a Tenda dos Autores, como a Tenda do Telão, abrem suas portas cerca de 15 minutos antes do início da mesa, e o público ocupa seus lugares tranquilamente, mas como era de se esperar as coisas não foram bem assim para ouvir o autor de Leite Derramado.
Mais de uma hora antes do início da mesa filas enormer se formaram na entrada das duas Tendas. Mulheres alucinadas queriam sentar o mais perto possível do ídolo, mesmo que para algumas ele seria visto apenas pelo telão.
Tietagens a parte, a mesa Sequências Brasileiras trouxe o debate de dois livros ficcionais que em poucas páginas contaram parte da história do Brasil. O escritor Milton Hatoum, ganhador de dois prêmios Jabutis, falou sobre "Órfãos do Eldorado", novela que se passa no interior da Amazônia, relata o episódio da Cabanagem, conta os mitos que rondam a floresta.
Acusado de fazer uma literatura regionalista, já que é de Manaus, Hatoum frisou: "com esse mundo globalizado faço cada vez mais questão de fazer uma literatura regionalista, de preservar a história."
Chico comentou seu último livro, Leite Derramado, um dos romances mais lidos do ano. Sobre o processo de criação disse que "escrever é uma chatisse", e que é muito difícil se livrar do personagem depois do término do livro. Uma conhecidência engraçada foi que Chico quebrou sua perna depois do lançamento, motivo pelo qual o personagem principal do livro está internado em um hospital.
O mediador da mesa Samuel Tital Jr., professor de Literatura Comparada da USP, chamou atenção pelas semelhanças que aparecem nas duas narrativas, entre elas que as personagens principais se apaixonam por "mulheres poderosas, feitas de quase nada." Titan também disse que Hatoum e Chico eram um dos autores contemporâneos mais importantes.
Pouco antes do debate terminar a fila na Tenda dos Autógrafos já tomava uma proporção assustadora, e o aviso foi dado: Chico assinaria apenas 100 livros e não tiraria fotos com as pessoas. Pode soar um tanto arrogante, mas quem visse as mais de 300 pessoas se estapiando pela assinatura do autor acharia a medida prudente.
Exageros a parte, um fato é impossível de não se constatar. Chico Buarque é uma unanimidade, e literalmente parou a Flip.

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